(Foto: Agencia Brasil)
Os chefes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) negaram que o órgão tenha falhado e agido com lentidão para impedir que manifestantes interditem veículos em trechos de algumas das principais rodovias federais do país.
Seis diretores do órgão, além do inspetor-geral Wendel Benevides Matos, disseram em entrevista coletiva realizada hoje (01) em Brasília que ficaram surpresos com a velocidade com que proibições e bloqueios se espalharam após o anúncio dos resultados da eleição presidencial .
A primeira interdição foi registrada em Mato Grosso do Sul no domingo por volta das 21h15 – cerca de uma hora e meia depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sido eleito matematicamente.
"Depois de quatro horas, já eram 134 proibições, bloqueios e pontos de concentração. Na noite do dia 31 já eram 290 e hoje perto de zero já eram 421, o pico do movimento", contou o diretor de notícias da PRF, Luís Carlos Reischak Júnior. No momento da coletiva de imprensa, que começou por volta das 11h30, o órgão havia registrado 267 pontos de concentração, proibição e bloqueio e 306 pontos sem obstrução.
Segundo os diretores do órgão, embora o número de policiais rodoviários federais de plantão já tenha aumentado por causa da eleição; setores de inteligência anteciparam diversas situações que poderiam surgir dependendo dos possíveis resultados da eleição e da operação (Operação Eleição 2022, lançada para reduzir os crimes eleitorais e garantir a segurança dos eleitores nas rodovias federais), o órgão não estava preparado para responder imediatamente às crise em rápida escalada.
"O fato é que a crise aumentou muito rapidamente", reconheceu Reischak. Ele diz que vários cenários foram sugeridos, independentemente de quem ganhou a eleição, "mas não tivemos nenhum elemento que [sugerisse] uma crise dessa magnitude. Obviamente, se tivéssemos essa certeza, esse nível mais alto de convicção, eles aconselharam nossos gerentes, a mobilizar recursos já no sábado ou domingo", acrescentou o diretor de notícias.