
(Foto: Divulgação )
Projeto está na segunda edição e já formou mais de 520 alunos, sendo que 42% já estão inseridos no mercado de trabalho; expectativa é de formar 1.500 nos próximos três anos.
A segunda edição do Projeto Despertar Para a Autonomia foi oficialmente lançada. O evento ocorreu no dia 10 de abril, junto à formatura de quatro turmas dos cursos de Doces para a Páscoa e Alongamento de Cílios. O programa já formou mais de 520 alunos e oferece cursos de capacitação profissional para moradores do bairro Tatuquara, em Curitiba (PR), da cidade de Araucária (PR) e de outras regiões próximas. Dentre todos os formados, cerca de 42% estão no mercado de trabalho e atuando em suas áreas de formação, de acordo com a Análise do Retorno Social do Investimento (SROI) realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS)
O evento de lançamento aconteceu no Auditório Regional Tatuquara e contou com a participação de familiares e amigos das formandas, equipe do Despertar para a Autonomia e da Associação Vovô Vitorino, realizadora do Projeto, além de representantes da Petrobras. A expectativa para os próximos três anos é de formar mais de 1.500 alunos em mais de 10 opções de cursos.
Desenvolvimento pessoal
A formação do Projeto Despertar Para a Autonomia vai além de capacitação para atuar no mercado de trabalho, gerar renda e dar autonomia para os futuros profissionais. Começa antes do início das aulas. “O processo começa nas oficinas socioemocionais, onde preparamos o aluno para a autonomia e a realização de um sonho. Então, eles iniciam os cursos sabendo que têm potencial”, destacou Amanda Santana, coordenadora administrativa da Associação Vovô Vitorino, durante o evento.
As formações são realizadas nas comunidades atendidas pela Associação Vovô Vitorino, em Curitiba, mas também em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. Muitos dos participantes vivem em situação de vulnerabilidade, seja econômica ou social. Oferecer suporte para esses futuros profissionais antes, durante e depois dos cursos é uma forma de fazer até mesmo com que a economia local continue girando. Após as formações, os alunos de alguns cursos recebem oficinas de empreendedorismo para saberem como gerir seus negócios.
Kesia Silva, aluna do curso de Alongamento de Cílios, já tem planos para abrir seu próprio negócio. “Nunca tinha feito nenhum curso antes. Foi uma experiência maravilhosa,
aprendi muito. Já estou entrando na área e estou treinando para me aperfeiçoar. Minha ideia é abrir um salão ano que vem - ou talvez esse ano ainda”, afirmou. A transformação que ela recebeu não é exclusiva, essa também é uma das metas. “Notamos a transformação visível dessas mulheres, desde a chegada na Associação até o final do curso, porque nós não trabalhamos só na perspectiva da qualificação profissional, mas principalmente do desenvolvimento pessoal. Muitas chegam com dificuldades e problemas de autoestima. Porém, à medida que começam a vivenciar o projeto, elas sentem-se valorizadas. Depois do projeto, a vida delas nunca vai ser a mesma”, ressaltou a presidente da Associação, Livercina Xavier.
Apoio além da formação
Além do apoio emocional e na formação empreendedora, o projeto fornece todo suporte, com kits de incentivo e todo material didático, bem como transporte e alimentação, quando necessário. No curso de Doces de Páscoa, por exemplo, as alunas receberam um kit com chocolate para iniciarem suas primeiras produções. O Projeto entende que, além de disponibilizar a formação, é importante oferecer ferramentas para que os formandos consigam atuar nas áreas. Muitas vezes, os materiais - como o chocolate - têm custo elevado e o apoio inicial é importante para que possam começar a empreender.
Com esse apoio, antes da formatura, as alunas já estavam colocando as habilidades em prática e tendo mudanças em suas realidades. Uma delas faturou mais de R$ 500 em uma semana. A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) abriu suas portas para que as alunas divulgassem seus produtos em uma feira na saída do refeitório dos petroleiros. No total, quatro participaram e, uma delas, conseguiu faturar vendendo produtos entre R$ 1,50 e R$ 45.
“A Petrobras enxerga a importância desse Projeto por meio de um estreitamento das relações entre a Petrobras e as comunidades. É muito importante estarmos junto das comunidades vulneráveis, e o Tatuquara é uma das regiões mais visadas para a Repar, porque é uma comunidade próxima à refinaria. Hoje percebemos que as comunidades mais vulneráveis estão tendo a oportunidade de se certificar e de se qualificar para o mercado de trabalho. E estamos vendo que isso está dando muitos resultados”, afirmou Maurício Ferreira Santana, agente de responsabilidade social da Petrobras no lançamento do Despertar II.
Sobre o Despertar Para a Autonomia
O Projeto é uma realização da Associação Vovô Vitorino, em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e está na sua segunda edição. O programa oferece cursos de capacitação profissional para moradores do Tatuquara e de Araucária (PR). Em sua primeira edição, entre 2021 e 2023, a iniciativa formou 520 pessoas em 13 cursos, e a expectativa é que nos próximos três anos, mais 1.500 concluam as formações em áreas como gastronomia, beleza, indústria, gestão, tecnologia e construção civil.
Sobre a Associação Vovô Vitorino
Fundada em 1992, a Associação Vovô Vitorino atua na proteção da infância e apoia o desenvolvimento da comunidade do Tatuquara e região, nas áreas da assistência social, educação e implementação de projetos que visam a sustentabilidade ambiental, como o Reciclar é Viver, que em 2024 retirou mais de 577 kg de materiais recicláveis da rua e o fortalecimento de vínculos, com um grupo que atende cerca de 100 crianças de 7 a 13 anos. Anualmente, a organização realiza um prêmio, o Troféu Vitorino Xavier, que reconhece iniciativas e líderes que trouxeram benfeitorias para suas comunidades. Além do bazar que é promovido todos os meses, apoiando a economia solidária e circular e possibilitando que roupas que não têm mais uso para algumas pessoas tenham um novo destino.